sábado, 25 de abril de 2009



Comemorados os 35 anos da revolução que libertou Portugal da besta fascista e que por um breve período fez sonhar o povo português com um futuro socialista em direcção ao comunismo, não fossem as facções conservadoras e reaccionárias do país, perpassou pelos telejornais e períodicos nacionais a notícia de que a Europol, serviço policial europeu, alertou as autoridades portuguesas para o perigo de protestos e manifestações violentas por parte de grupos radicais de esquerda, anti-capitalistas e anarquistas.

As forças de segurança portuguesas apertaram a vigilância a este "grupos" no feriado que celebra a Revolução de Abril, com medo que se repetissem as acções de desobediência civil do 25 de Abril de 2007 levados a cabo por 150 jovens.

Para realçar a urgência da intervenção e vigilância policial ao pé destes grupos, a Europol não hesitou em chamá-los «um dos tipos de "terrorismo" que ameaçam a Europa», igual ao que provocou distúrbios na Grécia. O poder instalado não demorou a adoptar no seu léxico a palavra terrorismo para a conotar com todas as tendências políticas que atentem ao seu poder.

Por detrás deste zelo de "protecção da democracia" está a construção de uma máquina política ditatorial, autoritária e anti-democrática.

De acordo com as sumidades da democracia europeia, não é terrorismo anti-democrático a ilegalização da juventude e partido comunista da Repúblico Checa, uma força política com representatividade de 13% no parlamento daquele país, não é terrorismo a transformação do ensino superior público na Europa em empresas com matrizes do sector privado, não é terrorismo que a União Europeia legalize a plantação de transgénicos para agradar ás grandes multinacionais, não é terrorismo transformar a classe trabalhadora em mercadoria e dividi-la com o pretexto da xenofobia, não é terrorismo que os países europeus sejam hoje sociedades mais vigiadas e securitárias e onde as verdadeiras liberdades pessoais estão já colocadas em risco, não é terrorismo inutilizar o papel legislativo dos parlamentos nacionais.

O que mais indigna não são estas atitudes, porque vindas de quem vem são perfeitamente naturais, é a atitude típica do Capital. O que mais indigna é o descaramento com que nos atiram à cara o pretexto de democracia, a hipocrisia que exala por todas as palavras dos seus discursos, o desplante com que arrasam os direitos e liberdades dos povos e dos trabalhadores para depois virem com a lenga-lenga da competividade e das "liberdades laborais e económicas".

Por estas razões e todas as outras que caracterizam um sistema proto-ditatorial que já ultrapassou os salões de Bruxelas e se encontra em todo o território da União Europeia, este blogue apoia e está ao lado de quem luta, pela manifestação, pelo protesto, pelos "distúrbios de rua" que tanto lhes incomoda, pelas acções de desobediência civil e também pelo voto!

Pela Verdadeira Democracia! Revivamos Abril numa nova Revolução do Povo e da Classe Trabalhadora!

2 comentários:

Fernando Samuel disse...

Invocam a «democracia» para melhor defenderem a ditadura do grande capital.

Um abraço.

Op! disse...

Isso acontece porque nos foi ensinado que democracia é liberdade de expressão! E a malta acredita!

E pronto: é tudo muito simples, a malta pode falar sobre tudo o que está mal desde que não faça nada de consequente.

Aqui fica o verdadeiro significado da palavra democracia: democracia é "o" governo do Povo, onde cada cidadão vê assegurados os seus direitos (e também cumpre os seus deveres), sem que necessite de pagar por eles; e onde cada cidadão pode agir consequentemente, só ou no colectivo, em prol dos seus direitos quando estes são negados.

E não esqueçamos: em democracia todo o Ser Humano é igual em direitos.
Nesta nossa "democracia" o único direito que temos que é comum a todos, é o direito de gastar dinheiro!