quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Mundo Ocidental, Farsa Ocidental, Estupidez do Capital


E os premiados foram um senhor que acredita que a China devia voltar a ser uma colónia ocidental durante 300 anos até se tornar «uma sociedade decente», um escritor que se candidatou a presidência do seu país com um projecto neoliberal e três economistas que edificaram uma teoria económica baseada nas mesmas ideias que nos levaram à crise actual.

Estamos falados.

Sobre os sucessivos impedimentos à acção politica da JCP



«A JCP, na sua actividade regular, encontra-se todos os dias na rua a afirmar o seu ideal e a justeza das suas reivindicações em variadíssimas formas de propaganda. Na conversa, no documento, nos cartazes, nas inscrições nas paredes, todas estas formas são armas legitimas de divulgação de ideias, não só para a JCP mas para todas as organizações politicas e associações para chegar junto dos portugueses, em particular da juventude.

Foi assim consagrado com a Revolução de Abril tanto na Constituição da República Portuguesa como na actual Lei da Propaganda e é assim até hoje. O direito à propaganda politica não está indissociável da luta de gerações de portuguesas pelo direito à liberdade de expressão.

A Juventude Comunista Portuguesa tem-se deparado com inúmeras tentativas de impedimento à sua acção, por via da actuação abusiva das forças de segurança e de outras estruturas, que correspondendo a uma orientação do governo e do Ministério da Administração Interna, que negando a lei, actuam ilegitimamente sobre as nossas acções de propaganda.

Tentativas de impedimento de distribuições de documentos , de colagem de cartazes de afirmação politica pela via de pinturas de murais, são exemplos claros de restrições à acção politica da JCP. Uma acção que nas ultimas semanas voltou a ter novos desenvolvimentos.

No passado dia 15 de Outubro de 2010, em que vários militantes da Juventude Comunista Portuguesa viram, mais uma vez, ser impedida a pintura de um mural junto à Rotunda das Olaias, em Lisboa. A pintura do mural, com a inscrição “Vem para a luta, por uma Escola Pública e Democrática / JCP com os estudantes na luta por melhores condições materiais e humanas na António Arroio”, já tinha sido impedida dois dias antes, chegando mesmo os Agentes da PSP a deterem e insultarem os militantes, obrigando-os a despirem-se com o argumento que procuravam drogas e retendo-os durante várias horas na esquadra.

No passado dia 16 de Outubro, em Lisboa, identificaram duas militantes da JCP e apreenderam o material usado nas pinturas, alegando constituir crime público. No entanto, a pintura de murais em local público está prevista na Lei 97/88 de 17 de Agosto e no Parecer do Tribunal Constitucional sobre essa mesma lei, legitimando o seu exercício e condenando o seu impedimento. Voltando acontecer o mesmo numa outra pintura de mural no dia seguinte, também em Lisboa.

No passado dia 22 de Outubro, no concelho de Leiria, a PSP levou para a esquadra um militante da JCP por este estar a colar cartazes. Tentando obrigar os nossos militantes a retirar os cartazes e confrontados com a lei, os agentes da PSP, que nem sequer apresentaram identificação, agarraram o militante da JCP pelo pescoço, algemaram-no e levaram-no para a esquadra para identificação.

A JCP continuará a denunciar estes casos mas acima de tudo resistirá reforçando a sua acção e afirmação politica. Continuaremos a colar cartazes, a distribuir documentos e a pintar murais, continuaremos a mobilizar a juventude pela defesa dos seus direitos e aspirações. 26-Out-2010»

- Comunicado da Juventude Comunista Portuguesa.

sábado, 23 de outubro de 2010

Hão-de pagá-las, uma a uma!

O carácter fascizóide dos tempos que aí vêm manifesta-se de forma cada vez mais violenta. Cinco militantes da JCP foram obrigados a despir-se pela PSP após terem sido detidos por terem feito algo perfeitamente legal, pintarem um mural político em Olaias. E ontem, um camarada da organização regional de Leiria, com o qual milito e tenho uma amizade de longa data, foi agredido e detido por dois polícias à paisana por colar cartazes políticos.

Esta cambada de filhos da puta sem perdão que fazem profissão em atropelar os mais elementares direitos hão-de pagar cada uma das suas afrontas, cada uma das suas repressões, uma a uma, nenhuma será esquecida e a paga, venha mais cedo ou mais tarde, cairá sobre eles tão intensamente que desejarão nem sequer ter vestido a farda.

Viva a Juventude Comunista Portuguesa, a única juventude partidária com tomates para dizer o que tem de ser dito onde tem de ser dito!!!!

sábado, 16 de outubro de 2010

crise, orçamento e austeridade


"Criam um deserto e chamam-lhe paz"
-Tacitus, general romano.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

"A cama quente"


A cama quente

Homenagem aos mineiros do Chile

que dormem, singelo,

pelo sistema “da cama quente”


Na mina trabalha-se por turnos

Quando se volta, nem se tiram os coturnos.


Bebido o café negro e trincado o casqueiro,

joga-se o corpo ao sono, mas, primeiro


enxota-se o camarada da cama ainda quente,

que não há camas, no Chile, pra toda a gente.


Do calor que sobrou o nosso se acrescenta

pra dar calor ao próximo que entra.


Vós, que dormis em camas, como reis,

tantas horas por dia, não sabeis


como é bom dormir ao calor de um irmão

que saiu ao nitrato ou ao carvão


e despertar ao abanão (é o contrato!)

de um que chega do carvão ou do nitrato!


É a este sistema, minha gente,

que se chama no Chile “a cama quente”…


Alexandre O’Neill

sábado, 9 de outubro de 2010

sábado, 2 de outubro de 2010

Uma antiga história com fim esperançoso


Já ouvimos esta história várias vezes. E se em diferentes alturas, por vezes com diferentes actores, passou-se muitas vezes no mesmo local.

A história é a seguinte.

Um povo que foi condenado ao capitalismo mais selvagem e a um Estado corrupto e serviçal dos inimigos do povo decidiu que estava na altura de quebrar com esse rumo e elegeu um governo progressista que tem garantido uma série de mudanças anti-neoliberais e de reforço da soberania nacional.

Porque não quis que o seu país fosse teatro das guerras imperialistas, também decidiu expulsar as bases militares da superpotência estrangeira do seu território.

Ora, quem demonstra tamanha audácia e nobreza política, sabe que pode esperar uma réplica a altura de quem depende da servidão de povos inteiros para manter vivos os jogos de dinheiro.

O Império, através da embaixadora Heather Hodges, duas organizações que promovem a "democracia" e muito dinheiro à mistura, foi comprando a lealdade de certos sectores das forças da polícia e da Força Aérea para garantir que tinha mãos que empunhassem as armas da "democracia" e foi adquirindo o "activismo cívico" de algumas organizações políticas (Participación Ciudadana e Pro-justicia), indígenas (CODEMPE, Pachakutik, a CONAIE, a Corporación Empresarial Indígena del Ecuador e a Fundación Qellkaj), movimentos estudantis e até partidos "comunistas" de raíz maoísta e hohxista, o Partido Comunista Marxista-Leninista do Ecuador e o Movimento Popular Democrático.

Utilizando a desculpa de
cortes nos «privilégios ilegítimos da polícia» o Império quis, qual dono de um cinema, repetir o trágico filme a que já assistimos demasiadas vezes: a deposição de um governo progressista e a sua troca por uma escumalhada militar, corporativa e empresarial munidos de um programa de extrema-direita com o intento de esmagar todas as conquistas pelas quais os trabalhadores lutaram.

O líder da oposição, o direitista Lúcio Gutierrez, já se preparava para tomar a governação do Equador pós-golpista.

Só que desta vez a história não teve o fim que o Império desejou.

O presidente Rafael Correa, mesmo convalescendo de uma intervenção médica, resistiu ao cobarde ataque e apelou ao exército e ao povo para proteger a «Constituição e a legalidade» e tanto um como o outro comportaram-se à altura das circunstâncias.

O exército rompeu o cerco policial e resgatou Correa do quartel, o povo saiu às ruas em protesto contra uma acção que sabiam ter intenções anti-populares e por um governo que reconhecem ter respondido a algumas das exigências do povo.

Nas fileiras de apoio a Correa, junto das massas, encontravam-se
militantes e activistas do Partido Comunista do Equador e da Juventude Comunista do Equador, com um espírito de resistência que só os verdadeiros comunistas demonstram nos momentos de maior aperto.

O golpe de estado falhou e redundou em intentona, tal como na Venezuela em 2002 e na Bolívia em 2008.

Fica a mensagem para o Império e os senhores do dinheiro.

A América Latina é cada vez menos o «quintal das traseiras» dos EUA e os povos deste sub-continente aproveitam o actual período histórico para fortalecer a sua soberania.

No entanto há que ressalvar que sendo positivos os processos políticos progressistas a decorrer em vários países latino-americanos, isso não apaga a necessidade da edificação de um regime socialista e da tomada do Estado pela classe trabalhadora de modo a garantir a vitória dos povos sobre a exploração capitalista e as ingerências do Imperialismo.