segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Das eleições legislativas


Findas as eleições legislativas o balanço a tomar não difere muito do que já foi dito. A governação desastrosa e sem-rumo de Sócrates valeu-lhe a fuga para o eleitorado à sua esquerda e para o CDS, o PSD perdeu oportunidade de se reforçar como segunda força política, tendo um resultado muito parecido ao de Santana Lopes em 2005.

Relativamente às três restantes forças políticas, o discurso demagógico e fulanizante do CDS atraíram eleitorado descontente com o Centralão e permitiu ao PP tornar-se o terceiro partido mais votado e levar a ascenção de Paulo Portas a figura-maior da Direita portuguesa, já que o PSD anda há demasiado tempo perdido em quezílias internas entre os seus "barões".

O Bloco de Esquerda, com o seu discurso social-democrata de fachada socialista, agregando uma imagem new-wave que atrai os mais jovens, conseguiu consolidar-se como força de esquerda. Congregando em si várias correntes ideológicas, à medida que se avoluma a sua representação, a social-democracia e o discurso de conciliação de classes está cada vez mais presente e a fachada socialista é uma camada todos os dias mais ténue, até que se torne em mais um companheiro de caminho de PS/PSD/CDS.

A CDU teve uma vitória curta em termos de resultado eleitoral, porém ninguém pode negar os milhares de votos a mais comparados com o último sufrágio legislativo, a eleição de mais um deputado, além das enormes demonstrações de força popular nos comícios e arruadas feitos por todo o país, mostrando que a CDU é uma força política presente na vida quotidiana do povo e dos trabalhadores portugueses.

Ao contrário dos outros partidos e forças políticas, para a CDU e as forças que a compõem, as eleições não são senão um estágio, mais um passo, na luta contra a classe dominante e na conquista da vitória da classe trabalhadora.

Dure um ano ou um século, enquanto existir Capitalismo, este sistema e as forças que conciliam com ele podem ter a certeza que mais cedo ou mais tarde, os povos não vão deixar de se ouvir e um dia os trabalhadores irão impôr a sua ordem, não esquecendo quem sempre os apoiou e quem apenas os usou por motivos interesseiros.

Só a luta forjará o caminho em direcção a um amanhã sem opressão! Vamos a isso, camaradas!