domingo, 29 de novembro de 2009

Nacionalismo: o lodo em que o Imperialismo mergulha os povos europeus

Foi hoje a referendo na Suíça a proibição de construção de minaretes no território deste país. O «Sim» a esta proposta venceu com 57% dos votos, impossibilitando deste modo a edificação das torres que chamam os "fiéis" muçulmanos para a oração nas futuras mesquitas a existir na Suíça.

Levado a cabo pelo Partido Popular da Suíça, a formação direitista acredita que esta é a primeira paragem à instalação da Sharia na Europa, num país em que habitam 400 mil muçulmanos, maioritariamente provindos das antigas repúblicas da pátria socialista joguslava.

O imaginário de povo e nação, amadurecido com o surgimento do Estado-Nação, é um espaço de discussão difuso que muita das vezes deturpa o papel principal das massas laboriosas na História e Presente da nação. O nacionalismo pega na aclamação desbocada do "povo" para o posicionar como um "sujeito" de um sistema, muitas das vezes ao serviço de senhores.

O actual afã nacionalista, de conteúdo reaccionário e xenófobo, quer dividir os povos da Europa, cada vez mais miscigenados, quer cristalizando uma população branca e cristã como símbolo do povo nativo, identificando-a com a burguesia dominante, quer guetificando as consciências das classes mais pobres e dos imigrantes, dividindo cultural e identitariamente a classe trabalhadora, construtora da riqueza de qualquer país.

Este nacionalismo partilhado nos vários países europeus visa de igual modo legitimar a islamofobia e o ataque a todos os que possam ser apelidados de "terroristas", objectivo central do Imperialismo actual.

Apesar do referendo se ter realizado na Suíça, é este medo comum da ameaça exterior, filha directa do anti-comunismo do século XX, que levou o fascista Brittish National Party ao Parlamento Europeu e a dominação da extrema-direita na Áustria.

Com a queda do Muro de Berlim, o Ocidente capitalista quis anestesiar os povos vindos do socialismo da mesma maneira que o fez com a classe trabalhadora estado-unidense, através de sentimentos nacionalistas ferozes, com nações que nunca conheceram a existência histórica, como os países do báltico e o Kosovo. A criação de repúblicas ideologicamente viradas à direita, cujo sistema partidário é dominado pelo pensamento liberal, foi o truque do Imperialismo para obstaculizar a luta popular nestes povos pelas décadas que ainda virão.

O atentado que ontem causou dezenas de mortes num descarrilamento de um comboio na Rússia é a prova de que o nacionalismo criou metásteses na classe trabalhadora e a luta por um ideal fixo e xenófobo de nação está já legitimado em território russo.

A expansão do ideal nacionalista e a sua prática com a «fortaleza europa» e a contínua referência à «questão da imigração» é uma enorme pedra no sapato na luta por uma sociedade mais justa e fraterna, contudo, com muita perseverança, os "prides" e os "powers" que o Capital andou a semear por essa Europa fora serão atirados janela fora pelos trabalhadores e os grandes ideais de justiça de Marx serão reabilitados, por ser essa a única solução para um mundo inteiro sem explorados e exploradores.

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