sábado, 25 de setembro de 2010

A constante humilhação de um povo

As imagens do rol de negociações entre Israel e Palestina que os noticiários nos têm prendado nas últimas semanas é uma oportunidade para assistir a mais uma sessão de humilhação de um povo martirizado às mãos dos que enchem a boca com democracia e direitos humanos.

A insistência na discussão da paz e as fronteiras de 1948 entre a Palestina e um país consciente da impunidade dos seus crimes, Israel, pelo "mediador" das conversações, EUA, já não passa da repetição de um folclore diplomático cujo real objectivo passa pela continuação da ocupação militar, colonização, incapacitação económica do Estado e o roubo dos recursos hídricos palestinianos.

Além da protecção incondicional dos EUA e da materialização de uma agenda militarista no Médio Oriente, não importando quem está no poder, agora junta-se o novo esbirro lunático de fidelizar o Estado israelita à etnia judaica, discriminando a população árabe e no caso deste país integrar a Palestina no seu território, iniciar um apartheid concreto à maioria da população.

Entretanto a Comunicação Social faz letra viva das palavras de Malcolm X ao conseguir atribuir as culpas do conflito ao povo palestiniano, branqueando as acções criminais do militarismo sionista.

A redução do povo palestiniano a uma sub-espécie da humanidade entregue aos guardiões da democracia naquela região é uma realidade que provoca a sua justa rebeldia e perpetuará o conflito até que uma das facções derrote a outra de forma incondicional.

Um cenário só evitável com a vitória das forças comunistas e progressistas dos dois lados da barricada.

6 comentários:

Fernando Samuel disse...

A Palestina vencerá!

Um abraço.

trepadeira disse...

Um povo que consegue lutar com fome,miséria e pedras contra os senhores da guerra nunca será vencido.
Um abraço,
mário

el comunista disse...

Concordamos com o seu texto,de solidariedade com o povo da Palestina,no entanto acrescentamos e lamentamos a falta de empenho que nesta frente tem existido em Portugal.Como ainda o fraco papel desempenhado, pelo P"C"Israelita, que quase não se nota a sua intervenção.
Toda a nossa solidariedade com a causa de libertação do Povo da Palestina.

Voltando à discussão sobre a defesa dos princípios do M-L.

Nelson Ricardo
Diz você que eu "cometo o erro de me agarrar a propostas politicas de há 90 anos".
Eu penso que você confunde a estratégia com táctica.

A táctica politica que consta no programa e que tem como objectivo servir os objectivos estratégicos do Partido, é que devem mudar segundo as circunstâncias politicas de cada situação concreta.

A Ditadura do Proletariado como a Revolução Socialista são objectivos estratégicos a conquistar e como tal têm uma importância fundamental em todo o processo de edificação da sociedade socialista,nunca podem ser alterados ou retirados do programa revolucionário,acompanhar-nos-á até ao comunismo, a não ser que o Partido mude de côr. Como aconteceu na transformação revisionista da URSS e nas ditas Democracias Populares e a todo o MCI, com todos os prejuízos que nós sabemos.

Além disso,a forma como se refere às "propostas de há 90 anos", só vêm reforçar o ponto de vista da burguesia e de todos os renegados do marxismo quando consideram este desactualizado.

De facto a situação hoje é diferente de há 90 anos,o capitalismo desenvolveu-se,revolucionou os meios de produção,os trabalhadores de hoje já têm uma margem de formação escolar bastante superior em relação aos do passado, o analfabetismo práticamente não existe, mas as relações sociais de produção capitalistas não se modificaram, mantêm-se intactas,o proletariado continua a ser tão explorado com antes ou ainda pior, o capitalismo continua tão selvagem como antes.

Portanto se alguma coisa tem que mudar não pode ser os objectivos estratégicos revolucionários a conquistar.
A alterar caso seja necessário é a táctica politica a aplicar consoante as situações,até pode ter que ser alterada num espaço de 24 horas, tudo depende das politicas concretas dos governos capitalistas e da correlação de forças existente. Compreende Nelson Ricardo

"achispavermelha.blogspot.com"
A CHISPA!
Continua...

el comunista disse...

Continuação:
"Apesar da peq.burguesia ser uma classe proprietária é um erro colocá-la no mesmo patamar da burguesia monopolista"

É evidente que seria um erro proceder dessa forma, como é um erro o proletariado procurar salvar ou lutar pelos interesses da burguesia intermédia capitalista da acção destruidora do monopólio como pretende fazer o PCP.

K.Marx,na "critica ao programa de Gotha" é bem claro quando diz que não podemos considerar a burguesia no seu conjunto, como inimiga do proletariado,porque parte considerável desta será arruínada pela concorrência e pelo desenvolvimento da concentração capitalista e pelo monopólio e como tal tende a proletarizar-se e a encarar o seu futuro de modo diferente.

Portanto nos tempos actuais, que são os tempos da ruina desta burguesia e a sua passagem ao proletariado, como devemos agir em relação a ela?

É fazermos propostas que possibilitem a sua manutenção e desenvolvimento,utilizando para o efeito o argumento demagógico da defesa dos postos de trabalho e até da criação plena do emprego,ou outros direitos dos trabalhadores, como o faz há muito tempo e agora de novo com o programa apresentado por um "Portugal a produzir!
Ou nos devemos concentrar no combate às politicas anti-sociais dos governos da burguesia e contra o capitalismo e na medida que estas classes se vão arruinando,e chegando ao proletariado as vamos introduzindo na nossa luta contra o capitalismo?

A dita "democracia avançada".

Como já lhe disse anteriormente, no momento actual ou em qualquer outra situação, esta proposta é uma solução errada, recuada e mesmo reaccionária, porque não assenta na perspectiva de emancipação do proletariado, e da luta pelo socialismo, as suas criticas ao sistema capitalista centram-se na credebilização das instituições "democráticas" burguesas e na forma como os partidos da grande burguesia gêram o capitalismo, as suas propostas económicas e politicas são no sentido e têm como objectivo salvar as classes burguesas intermédias do capitalismo, reforça-las e desenvolvê-las e isto não conduz necessáriamente ao socialismo, pelo contrário continua a perpétuar a exploração capitalista e o capitalismo. Aliás os sectores capitalistas que o PCP procura defender e ter como aliados "anti-monopolistas", são tão reaccionários e descrentes que nem nessa miragem acreditam.

Por fim consulte as "teses para o socialismo" aprovadas no XVIII cong. do KKE e veja como eles defendem a Revolução Socialista e a Ditadura do Proletariado e como rejeitam as propostas de uma GRÉCIA a produzir.

Num próximo comentário, tentarei explicar-lhe as razões dos porquês que levaram a direcção do PCP na década de 60 a subtituir a Revolução Socialista, pela R.D.N.

"achispavermelha.blogspot.com"
A CHISPA!

svasconcelos disse...

Vergonhosa a sobranceria israelita sobre outros povos, e (igualmente vergonhoso) sempre com o aval dos EUA.
bjs,

Nelson Ricardo disse...

El Comunista:

Cada Partido Comunista tem o seu modelo de luta pelo Socialismo e o Comunismo, nascido da realidade do país.

Cada país há-de encontrar o seu próprio caminho e exactamente por isso não nos merecem críticas o programa do KKE ou o do PC de Cuba, entre outros.

O proletariado é explorado nos países capitalistas, mas a situação do proletariado português é diferente do chileno ou o do Bangladesh.

E a situação específica de cada proletariado deverá exigir um programa que corresponda aos desafios específicos da sua condição, sem nunca renegar ao Socialismo, o Comunismo e a sua premissa essencial, o controlo do aparelho estatal pela classe trabalhadora.

Relativamente ao tópico que causa mais discussão. O reforço do aparelho produtivo, no qual se inclui a campanha "Portugal a Produzir", responde à desindustrialização que o país tem sofrido nas últimas décadas e que só em 2009 nos causou um défice de 19 425 milhões de euros.

Quanto ao suposto reforço da pequena burguesia vou responder-lhe o mesmo que respondi nos últimos comentários.

Parece-me difícil que a pequena burguesia adquire o estatuto de classe dirigente num processo histórico em que um Estado defensor dos direitos dos trabalhadores é proprietário dos sectores essenciais ao rumo de toda a economia.

Isto, além de termos em conta que nem a Democracia Avançada nem o Portugal a Produzir são os objectivos finais do PCP, apenas dois estágios considerados necessários para munir Portugal de uma boa base industrial e socio-política para a ulterior edificação do Socialismo.

Imaginemos um cenário em que o país, já uma Democracia Avançada e com um governo comunista, vê a pequena burguesia organizar-se em volta de objectivos reaccionários e com intuição de fazer regredir as conquistas obtidas pelo programa do PCP, duvido que o Estado ficasse impávido e sereno perante este ataque aos trabalhadores e iria defendê-los e lutar por eles com todos os instrumentos à disposição do Estado de Classe.

Além disso, o próprio KKE apelou a uma frente «anti-imperialista, anti-monopolista pelo poder popular». E mesmo reconhecendo que «no âmbito da aliança popular poderem existir forças com diferentes concepções sobre o poder, para nós comunistas, o poder popular não pode ser outro senão o socialismo».