A questão da convergência é interessante, mas para mim aquela que se coloca sempre é: convergência em torno de quê? O projecto de ruptura com a política de direita implica que o poder político não esteja controlado pelo poder económico e pelos grandes grupos económicos e financeiros. Que é o que acontece ao longo destas últimas décadas, quando respondeu bem a esses interesses porque em momentos de crise e de combate ao défice esses grupos têm sempre lucros elevadíssimos e crescem. A questão da convergência coloca-se sempre em primeiro lugar em torno de um programa de mudança que responda às necessidades dos trabalhadores e de Portugal.
- o resto da entrevista aqui.
6 comentários:
Sem dúvida: de classe.
Um abraço.
Nelson Ricardo
Ruptura com a politica de direita ou com o capitalismo?
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Desde quando é que é possivel o sistema poliico não ser determinado pela economia? Nem parece seu Nelson Ricardo.
Em qualquer sistema a politica é sempre determinada pelos interesses da classe que detem o poder.
No sistema capitalista,a politica está ao serviço dos interesses económicos da classe dominante ou seja da burguesia capitalista, só que alguns não têm pedalada para se aguentarem e na medida que a concorrência aumenta perdem o combóio.
Como no socialismo a politica está sempre no posto de comando e ao serviço dos interesses económicos e sociais do proletariado. Tão simples como isto.
A dita "Ruptura de "Esquerda" opõe-se apenas às politcas monopolistas do sistema capitalista, não quer acabar com o capitalismo, não são de esquerda, são CENTRISTAS, porque assentam na defesa e na continuação da exploração das classes intermédias capitalistas sobre os trabalhadores,é exactamente isso que o PCP defende há muito tempo e que agora houve mais um esforço de clarificação no dito programa por um "Portugal a produzir!" que qualquer militante minimamente formado e com DOIS DEDOS de TESTA, compreende que se trata de um programa que procura manter intacta a base económica do capitalismo.
Não é por esta solução politica intermédia que é necessário lutar, mas sim pela Revolução Socialista e pela Ditadura do Proletariado, princípios Marxistas-Leninistas há muito abandonados pelo PCP.
"achispavermelha.blogspot.com"
A CHISPA!
El Comunista:
Das primeiras coisas que o PCP tem escrito nos seus estatutos é que este «tem como objectivos supremos a construção do socialismo e do comunismo»*. Por isso, todas as acções do PCP devem ser vistas de acordo com o atingir desse objectivo.
Por isso, a ruptura com a política de direita faz parte da luta pela ruptura com o Capitalismo.
O projecto do PCP de uma Democracia Avançada adapta-se ao actual período histórico que Portugal atravessa, após mais de três décadas de políticas de Direita ao serviço do Capital e desrespeito pela Constituição saída da Revolução de Abril.
A Democracia Avançada não é o Socialismo mas é um caminho que poderá lançar os seus alicerces.
Além do respeito pela Constituição que toma partido pela classe trabalhadora, a nacionalização dos sectores estratégicos da economia (banca, energia, telecomunicações, seguros e importante presença do Estado no sector primário e secundário) fará com que a correlação de forças entre os trabalhadores e o Capital se altere de forma substantiva, com benefício para os primeiros.
Estando os sectores estratégicos da economia nas mãos de um Estado comprometido com os trabalhadores, existe fundamento para uma transformação do próprio sistema político.
Apesar de numa Democracia Avançada existir iniciativa privada isto não faz com que o Estado seja neutral, tomando partido pela classe trabalhadora através da lei e dos órgãos do Estado responsáveis pela fiscalização no Trabalho.
Se reparar bem, o camarada Vasco Cardoso na apresentação da campanha Portugal a Produzir salientou este conjunto de medidas de revitalização do aparelho produtivo como "inseparável da melhoria das condições de vida da população, do aumento dos salários e pensões, do alargamento dos direitos dos trabalhadores, do combate à precariedade e ao desemprego."**.
O PCP não abandonou a luta pelo socialismo e o comunismo, nem a fidelidade aos princípios do marxismo-leninismo.
O que fez foi adoptar essa luta aos tempos actuais, nunca deixando de querer estar intimamente ligado aos anseios dos trabalhadores, pois se as hesitações levam aos conformismo, a adopção de comportamentos esquerdistas que levem a passos em falso podem ser fatais para toda a luta.
*1º artigo dos estatutos do PCP
** http://www.avante.pt/pt/1918/emfoco/110276/
El Comunista:
Das primeiras coisas que o PCP tem escrito nos seus estatutos é que este «tem como objectivos supremos a construção do socialismo e do comunismo»*. Por isso, todas as acções do PCP devem ser vistas de acordo com o atingir desse objectivo.
Por isso, a ruptura com a política de direita faz parte da luta pela ruptura com o Capitalismo.
O projecto do PCP de uma Democracia Avançada adapta-se ao actual período histórico que Portugal atravessa, após mais de três décadas de políticas de Direita ao serviço do Capital e desrespeito pela Constituição saída da Revolução de Abril.
A Democracia Avançada não é o Socialismo mas é um caminho que poderá lançar os seus alicerces.
Além do respeito pela Constituição que toma partido pela classe trabalhadora, a nacionalização dos sectores estratégicos da economia (banca, energia, telecomunicações, seguros e importante presença do Estado no sector primário e secundário) fará com que a correlação de forças entre os trabalhadores e o Capital se altere de forma substantiva, com benefício para os primeiros.
Estando os sectores estratégicos da economia nas mãos de um Estado comprometido com os trabalhadores, existe fundamento para uma transformação do próprio sistema político.
Apesar de numa Democracia Avançada existir iniciativa privada isto não faz com que o Estado seja neutral, tomando partido pela classe trabalhadora através da lei e dos órgãos do Estado responsáveis pela fiscalização no Trabalho.
Se reparar bem, o camarada Vasco Cardoso na apresentação da campanha Portugal a Produzir salientou este conjunto de medidas de revitalização do aparelho produtivo como "inseparável da melhoria das condições de vida da população, do aumento dos salários e pensões, do alargamento dos direitos dos trabalhadores, do combate à precariedade e ao desemprego."**.
O PCP não abandonou a luta pelo socialismo e o comunismo, nem a fidelidade aos princípios do marxismo-leninismo.
O que fez foi adoptar essa luta aos tempos actuais, nunca deixando de querer estar intimamente ligado aos anseios dos trabalhadores, pois se as hesitações levam aos conformismo, a adopção de comportamentos esquerdistas que levem a passos em falso podem ser fatais para toda a luta.
*1º artigo dos estatutos do PCP
** http://www.avante.pt/pt/1918/emfoco/110276/
Nelson Ricardo
O papel aceita tudo, quanto lá se queira escrever.
Se de facto o PCP defende o socialismo e o comunismo, porque razão retira do seu programa a necessidade da Revolução Socialista e da Ditadura do Proletariado?Será que é possivel construir o socialismo e o comunismo sem estas duas condições estarem preenchidas?
O PCP o"que fez foi adaptar essa luta aos tempos actuais". Mas os tempos actuais, não são os tempos do capitalismo desenvolvido até ao seu ultimo grau, ou seja, o tempo do imperialismo/monopolista e a ante-cãmara da Revolução Proletária, da Ditadura do proletariado e do socialismo, como o definiu Lénine no "Imperialismo,estado superior do capitalismo"?
Sabe que os reformistas da II internacional, os Bernsteynianos e os Kautsikistas,também defendiam os mesmos argumentos que o CC do PCP há 50 anos defende e não apenas agora,e que foi exactamente por defenderem esses pontos de vista oportunistas de direita "centristas" que os Bolcheviques romperam com a 2ª IS e criaram a III IC e que a primeira medida estatutária que tomaram para combater o oportunismo,inclusivamente no seu próprio seio, só admitia os partidos que defendiam no seu programa a Ditadura do Proletariado, o que quer dizer que o PCP defendendo as posições que defende não tinha lá entrada.
(ver estatutos do I Cong. da IC)ou então ler a este propósito as teses de Lénine sobre a "democracia burguesa e a ditadura do proletariado".
Como os "tempos actuais são outros" então abandona-se a luta pela Ditadura do Proletariado e adaptamos a nossa luta há defesa de outros interesses,que neste caso passa por uma dita "democracia avançada" alicerçada numa ampla aliança "anti-monopolista".(O que é uma falsidade,porque a única classe verdadeiramente revolucionária e anti-monopolista é o proletariado, todas as outras procuram resistir-lhe para salvaguardar os seus interesses de classe burgueses)
ou seja a politica proposta pelo PCP aos trabalhadores resume-se a isto.
1ºNão colocar em causa a base económica exploratória do sistema capitalista sobre os trabalhadores.
2ºImpedir a destruição pela acção do poder monopolista das classes intermédias capitalistas e regredir à época da livre concorrência.
3ºAssegurar o pleno emprego e os direitos sociais dos trabalhadores.
Quem propõe isto,não quer romper com o capitalismo, quer colocar-se à "esquerda" do sistema.Compreende Nelson Ricardo.
Mas o mais curioso e contraditório neste oportunismo de direita, com o propósito lógico de enganar os tais militantes que lhes falta os DOIS DEDOS DE TESTA, é o CC do PCP, concluir nas suas declarações que o capitalismo ATINGIU OS SEUS LIMITES, e depois apresentarem estas propostas "Portugal a produzir! para o fazerem resurgir e ultrapassar as suas próprias limitações.
Não tinha reparado nesta situação caricata e contraditória Nelson Ricardo?
Foi esta contradição vulgar que o camarada Vasco Cardoso, não foi capaz de explicar ou mesmo descobrir.
Assim com tanto e ultra direitismo que o Nelson Ricardo, não consegue ver, quando defende a defesa dos princípios é natural que veja nos meus argumentos o tal "esquerdismo" tão prejudicial aos interesses da Revolução.
"achispavermelha.blogspot.com"
A CHISPA!
El Comunista:
Mais uma vez incorre no erro de pegar nas respostas políticas de um período histórico existente à 90 anos e aplicá-los à actualidade.
As medidas que temos de tomar hoje são aquelas que surgirem do estudo da realidade política, económica e social da actualidade, sem deixar de querer atingir o socialismo e o comunismo.
O Marxismo-Leninismo é um guia de acção e não um modelo estático para aplicar sem profunda análise do local e tempo em que se insere.
As diferenças entre a actualidade e o período histórico em que surgiu a III Internacional são de tal forma notáveis na Europa, que a força política que queira agir politicamente como se vivêssemos num continente devastado pela Guerra, controlada por Estados abertamente terroristas contra os seus povos, sem um rascunho sequer do Estado Social e com a maturação dos partidos fascistas, está condenada a minguar até ao ponto de se tornar uma seita sem qualquer tipo de ligação às massas.
Outro erro que toma é continuar a afirmar que a Democracia Avançada é o objectivo único do PCP. Pelo contrário, acreditamos ser o início da ruptura dos trabalhadores e do povo português com o Capitalismo que culminará na construção do Socialismo em direcção ao Comunismo. Até porque uma das questões centrais em Portugal é levar a democratização à economia, à cultura e aprofundar os direitos políticos e sociais de modo a preparar as condições de passagem ao Socialismo.
Apesar da pequena burguesia ser uma classe proprietária é um erro colocá-la no mesmo patamar que a burguesia monopolista. É esta última que tem o controlo sobre os Estados e a sua capacidade de decisão. Ao desapossá-la dos sectores estratégicos da economia está-se a salvaguardar o governo da classe trabalhadora, pois a pequena burguesia não detém o mesmo poder que a classe monopolista e é até prejudicada por esta.
Por isso, compreendendo que só os trabalhadores são a classe verdadeiramente revolucionária, há que assegurar que estes são os timoneiros do aparelho estatal e da construção do socialismo e do Comunismo. Esta é a linha de acção a tomar num país capitalista, inserido na União Europeia desde 1986 e que tem sofrido uma forte desindustrialização à conta das políticas de direita e de subserviência a Bruxelas.
Outro ponto. Comparar o PCP aos partidos socialistas que alinharam na cavalgada militarista e imperialista da 1ª guerra mundial é um erro dos grandes. Não só o PCP é terminantemente contra a NATO, a retirada de Portugal da instituição e sua dissolução, como defende o controlo estatal das empresas fabricantes de armamento e renega a participação portuguesa nos conflitos imperialistas, tais como o Afeganistão e o Iraque.
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