quarta-feira, 13 de outubro de 2010

"A cama quente"


A cama quente

Homenagem aos mineiros do Chile

que dormem, singelo,

pelo sistema “da cama quente”


Na mina trabalha-se por turnos

Quando se volta, nem se tiram os coturnos.


Bebido o café negro e trincado o casqueiro,

joga-se o corpo ao sono, mas, primeiro


enxota-se o camarada da cama ainda quente,

que não há camas, no Chile, pra toda a gente.


Do calor que sobrou o nosso se acrescenta

pra dar calor ao próximo que entra.


Vós, que dormis em camas, como reis,

tantas horas por dia, não sabeis


como é bom dormir ao calor de um irmão

que saiu ao nitrato ou ao carvão


e despertar ao abanão (é o contrato!)

de um que chega do carvão ou do nitrato!


É a este sistema, minha gente,

que se chama no Chile “a cama quente”…


Alexandre O’Neill

3 comentários:

Fernando Samuel disse...

Bem a propósito...

Um abraço.

el comunista disse...

Um lindo poema de A.ONeill,
Concordamos com o comentário de F.Samuel, mais palavras não é preciso dizer.
Mas o que nos trazia aqui era a denúncia que se deve fazer do Neoliberal e antiga VELHA RAPOSA REVISIONISTA que é de opinião, possivelmente mandatada pela candidatura de M.Alegre, que "deseja que o O.G.E. passe na A.da Républica" que na nossa opinião vai ao encontro e na linha daquela que foi mandatada ao operário J.de Sousa, quando diz que "o governo e o PSD, andam á procura de uma crise politica" Como quem diz...

A CHISPA!

el comunista disse...

A velha raposa revisionista, trata-se de Carlos Brito