terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O que escondem as palavras


Por detrás do desígnio de «modernização do secundário» esconde-se negócios como os que o Público revelou hoje, no qual ficamos a saber que a maioria das escolas secundárias deixarão de ser património do Estado para passarem a fazer parte da empresa pública Parque Escolar.

Manuel Tiago, deputado do PCP, já previu que «no futuro, será a Parque Escolar a gestora de todas as escolas e se um dia o Governo decidir privatizá-la, o parque escolar passa a ter uma gestão empresarial». Num sistema de ensino com gestão empresarial, os encarregados de educação têm de pagar pela educação dos seus filhos, o que acontece com as escolas impostas em Nova Orleães depois do Katrina.

Numa escola com gestão empresarial, também não há lugar à participação dos professores na estruturação pedagógica das escolas e os sindicalistas são perseguidos com ameaças de despedimento.

Quase todos os grupos se insurgem contra esta medida, desde a FenProf, a Frente Nacional de Educação, o Conselho de Escolas e a Associação Nacional de Dirigentes Escolares. Só a Confederação de Pais sai em defesa desta política, mas para quem conhece um mínimo que seja a Confap, esta é um associada do Partido Socialista.

Para compreendermos a natureza do Parque Escolar, basta tomar atenção à adjudicação de obras nas escolas a empresas privadas, no valor de 35 milhões de euros, onde se encontram inúmeras parcerias de empresas de construção civil, sendo que uma delas, a Britalar, tem na sua direcção o antigo administrador da Parque Escolar entre 2001 e 2007, Saraiva Menezes, «mão direita» do presidente do Braga e presidente da mesa de concelhia de Braga do CDS-PP.

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