segunda-feira, 15 de março de 2010

Frutos da cultura

As recentes notícias que nos chegam das escolas portuguesas, de agressão e violência cujo inglesismo "bullying" parece lavar o contexto semântico do acto, não são senão a "ponta do icebergue" de um clima que se tem instalado nas escolas desde à muito.

"O ensino publico é mau" ou o "desleixo dos pais" são as desculpas comuns para o mau ambiente das nossas escolas, mas escapa ao facto dominante na educação da nossa população infantil-juvenil. É a televisão o principal elemento de educação das crianças. É a televisão que aponta os modelos a seguir, as condutas a serem valorizadas e os valores a obedecer e as crianças estão expostas a muito mais do que desenhos animados.

A publicidade propagandeia a elegia do consumo e das personalidades descartáveis a cada nova remessa de produtos, espalhando o mito capitalista do successful bastard para justificar a crueldade entre pessoas e a existência de fracos e fortes, pobres e ricos.

É este sacerdote omni-presente que naturaliza, romantiza e promove a crueldade como mecanismo social. A disseminação dos actos de violência e ódio, nas escolas, locais públicos e privados são frutos de um cultura que ridiculariza a bondade para legitimar o ódio.

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