A financeirização da economia europeia e as rígidas regras fiscais do Pacto de Estabilidade e Crescimento da UE, que nos obrigam a ter um défice igual ou inferior a 3%, fez com que os países da periferia europeia tivessem de flexibilizar o mercado de trabalho e aumentar o emprego temporário e em part-time, desvalorizando o valor do trabalho.
Estas economias periféricas, entre as quais se encontra a grega e a portuguesa, tiveram de pedir emprestado, elevando o valor da dívida interna, para manter os níveis de consumo e esbater o fosso para com as economias mais ricas. O próprio Reino Unido tem aumentado a dívida interna para manter os níveis de consumo.
A solução proposta para resolver os resultados naturais da finaceirização é outro ataque à classe trabalhadora. Cortes nos gastos sociais do Estado, privatizações, redução dos salários e aumento dos impostos. Os resultados a nível europeu destas "soluções" é uma nivelação por baixo dos salários e das condições de vida dos trabalhadores para que os Estados consigam corrigir os défices. Ou seja, a precarização cedo se tornará uma rápida proletarização.
A questão impõe-se. Países como os da Europa de Leste que já desvalorizaram o trabalho tanto quanto podiam e são pouco dados a gastos públicos vão fazer o quê para competir com a adopção das mesmas políticas no resto da Europa?
Como última nota de destaque, os principais bancos decidiram tornar-se "inovadores" outra vez. Desta vez estão a apostar na impossibilidade da Grécia saldar a sua dívida. E estão a ser criados derivativos financeiros que apostam sobre as apostas de que a Grécia vai falir. E mais apostas sobre as apostas das apostas que a Grécia vai c'o badagaio. O Mercado em pleno processo de auto-regulação, então.
- fundamentado neste post no Lenin's Tomb.
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