domingo, 18 de abril de 2010

Reflexão

Se antes a mundivisão entre o Comunismo e o Capitalismo provocava a massificação da luta, com claro favor para o primeiro, eis que a Burguesia tornou a principal luta política entre a esquerda e a direita, com claro favor para a esquerda, por ser ainda esta, muitas vezes, a que renegava o Capitalismo.

Com a queda do Muro de Berlim, a Burguesia avançou a toda a brida pela economia e pelo aparelho partidário que a manteve segura nos tempos mais vivos da Revolução no século XX e eis que criou um consenso, fundamentada pela realidade, de que com as ideologias "mortas", a própria divisão entre esquerda e direita era absurda e que as eleições mais não passavam a ser senão uma legitimação do sistema vigente através daquele que "melhor" o geria sem causar estragos.

Sendo a democracia o espaço político da livre discussão de ideias, quando estas são postas de parte como se fossem um inútil e gasto folclore, a própria democracia não passa de um ritual desligado da vontade popular. Apenas serve como palavra-virtude para tornar o sistema capitalista tolerável aos olhos das massas, endrominados com o enviesamento ideológico da Cultura, da História e da Educação.

Talvez isso explique o crescimento da cidadania apolítica, da indiferença e da apatia perante o desastre colectivo do Capitalismo e a abstenção nas eleições.

1 comentário:

Fernando Samuel disse...

É a democracia de faz-de-conta -contudo apresentada como coisa modelar.
E há milhões que vão na cantiga.

Temos muito trabalho à nossa frente...

Um abraço.