Vindos dos subúrbios franceses, Keny Arkana e o Ministére des Affaires Populaires trazem-nos em canção a vontade de justiça vivida colectivamente.
Letra (traduzida) da canção:
Combatente, resistente, militante indomável
Insurgente, insubmisso, rebelde infatigável
Espírito livre, vagabundo ou nómada
Se tu pensas que o mundo é imundo,
Chama-me Camarada!
Se como eu tu pensas que é preciso radicalizar-se
Contra a ordem estabelecida, recusar obedecer
Se estás farto de te assemelhares a um cordeiro
Se tens a audácia de Rosa Parks e compreendeste Frantz Fanon
Chama-me Camarada se não sabes estar quieto na fileira
Se tens a chama, a esperança e a faca entre os dentes
Se te enraiveces quando um "bófia" te encara
Se sufocas como um recluso na sua prisão
Chama-me Camarada se captaste os mecanismos
As rodas dentadas do sistema como eles neutralizam
Como eles manipulam, desinformam e nos dividem
Continua lúcido porque é a hora em que nos mobilizamos
Se pensas que estamos do mesmo lado da cerca
Do mesmo lado do muro, do lado lançador de pedra
Do lado das lágrimas do lado da miséria
Do lado palestiniano, podes-me chamar meu irmão!
Chama-me Camarada,
Porque as minhas lágrimas são as tuas
As tuas são as minhas
bref as nossas penas são as mesmas
Lutamos para evitar o matadouro
Ouais j'me démerde merde
Sem perder de vista e estrela que me diz para lutar
Manejo a pluma como o Marcos a raiva de uma cas’soc
Pronta a largar o microfone se for preciso morrer pela causa
Eu “canto” a força, eu “canto” a esperança”, eu “canto” a irmandade
Assunto de uma geração adormecida pela matriz
Criança da insónia cercada pelo alcatrão
Embalada pela melancolia, Chama-me Camarada
Filha de um mundo bem doente, onde toda a gente s’en bat la race
Disparo às colunas de som com rimas nas quais falam da raiva
Anti-normas, impossíveis de inserir
Autónomos como os anarcas
em ponto de ruptura, como os irmãos do bairro
É altura de se unir porque a urgência nos agarra
No melhor ou no pior estamos juntos camarada!
Eles infectaram os nossos sonhos, ameaçaram os nossos ideais
Aprisionaram as nossas revoltas
Calaram os que falavam muito
Julgaram que as nossas pombas obscureciam o céu deles
E mataram-lhes a todos e do sangue deles fizeram o seu mel
Silêncio que matamos (chuuttt)
Silêncio que assassinamos
Iluminamos os iluminados que querem mudar o cenário do filme
Os seus desígnios não se conhecem pelo coração
Eu não te vou refazer o quadro este mundo é hardcore
Pátria, petróleo e poder:
O seu mestre de obra, de grande arte.
Há que olhar para ver, estamos mortos sem o saber
Como se asfixiássemos perdendo oxigénio,
Como se acorrentados ao triste destino das cidades onde reina a bolsa de valores
Sufoco, gostaria tanto de mudar de ares
Mas lá no fundo sei que é a porcaria deste ar que nos muda
É uma simples questão de sobreviver, bem mais que uma cruzada,
Exército de fantasmas em emboscada,
Vamos Camarada!
Nota sobre a tradução: Alguns versos fiz com mais facilidade, outros com mais dificuldade. É a tradução possível após uma hora e meia/duas horas de volta da letra original da música e alguns dicionários online. As expressões a vermelho foram aquelas que não encontrei tradução. Por isso, ajuda para completar a tradução ou melhorá-la são bem-vindas.