domingo, 27 de dezembro de 2009

As raízes históricas da União Europeia

Um dos principais documentos que marcam o ano de 2009 foi a declaração da OSCE condenando e pondo no mesmo patamar o fascismo e o comunismo. Através deste texto, não só se abre alas para a deturpação histórica dos países socialistas da Europa de Leste e do papel fulcral da União Soviética na 2º Guerra Mundial, derrotanto o nazismo e a sua expansão, como à futura proibição dos partidos comunistas e operários na Europa.

Poder-se-à então dizer que as raízes históricas da União Europeia encontram-se nos derrubes dos regimes fascistas e "comunistas", perpetuando a versão burguesa da democracia dentro dos seus próprios limites territoriais. Ou será?

Na Roménia, a imagem do Marechal Ion Antonescu, fiel aliado de Hitler, foi reabilitada. De igual modo se processou a reabilitação de Miklós Horthy, nomeado como Regente da Hungria após se ter deposto a república socialista de Concelhos de trabalhadores deste país com um invasão romena. Horthy pôs-se do lado de Hitler na invasão à URSS e levou a cabo um programa político anti-semita.

Na Polónia, o regime forjado por Lech Walesa e seus comparsas negam pensões àqueles que lutaram contra a invasão da Alemanha Nazi e defendem o ditador fascista espanhol, Francisco Franco, no Parlamento Europeu. A juntar à "festa" temos os países do Báltico: Lituânia, Letónia e Estónia a render homenagem aos veteranos das Waffen SS, infantaria mecanizada do exército nazi, e a edificar-lhes monumentos.

Para compor o "ramalhete", fora da União Europeia mas ainda na Europa, o escritor Soljhenistsin - que chegou a pedir o bombardeamento de Portugal pelos EUA quando rebentou a Revolução - reclama a herança dos Vlassovitas, divisões militares nazis compostas por cidadãos soviéticos, que colaboraram no extermínio de judeus, comunistas, ciganos e homossexuais. Aqueles que Goebbels chamava de «Üntermensch» (humanos inferiores).

Na Ucrânia, as forças para-militares que lutaram ao lado dos Nazis são elevados a grandes patriotas e mártires da causa nacional e na Geórgia, citações de Hitler são utilizadas em anúncios televisivos do exército georgiano para motivar os jovens deste país a alistarem-se nas forças armadas e recuperarem as áreas perdidas no conflito com a Rússia, a Abecázia e a Ossétia do Sul.

Estas iniciativas ideológicas têm um curioso mecanismo. Ao mesmo tempo que se vilipendiam as principais personagens aliança fascista que começou a 2º Grande Guerra, Hitler e Mussolini, sob a capa do sentimento nacionalista e "democrático" exaltam-se aqueles que, menos célebres, lutaram ao lado de Hitler e executaram os seus desígnios. Esta é a natureza da União Europeia e as "democracias" saídas da queda do Muro. Só consigo acabar este post de uma maneira. Daquele que viveu na pele as atrocidades saídas do discurso do ódio, da superioridade e da indiferença generalizada.

CARTILHA DE GUERRA ALEMÃ (10)

(POR BAIXO DE UMA FOTOGRAFIA DE HITLER)

Isso que aí está, esteve quase a governar o mundo.
Mas os povos dominaram-no. No entanto
desejaria não ouvir o vosso triunfante canto:
o ventre donde isso saíu, ainda é fecundo.

Brecht

- poema retirado do Cravo de Abril e informações retiradas do Pravda-News e Civilizacion Socialista.

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