Por norma, sou contra a "boca" que prolifera na sociedade portuguesa de que "todos" os políticos são corruptos e querem é "tacho". Existem políticos corruptos e carreiristas, mas a generalização desta condição a todos os que tomam uma posição ideológica é corrosiva da democracia e só beneficia os grandes interesses, suportados intelectualmente pelos liberais.
Mas ao olhar o que está a acontecer na Moldávia, não me passa outra coisa pela cabeça senão a implementação de "tachos" a torto e a direito para as quatro forças políticas actualmente no poder, liberais.
O líder parlamentar e presidente em funções da Moldávia, Mihai Gimpu ordenou por decreto a formação de uma comissão composta por «politólogos, juristas, filósofos e historiadores», cujo objectivo é «avaliar» o regime comunista existente naquele país até à proclamação da independência em 1991.
Para perceber a natureza desta medida, ela fundamenta-se na condenação dos "totalitarismos" da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa e poderá acabar na «proibição do nome e símbolos do partido comunista».
Aparte das condenações "democráticas" da Europa, está em curso a imposição de um clima de perseguição dos militantes e activistas do Partido Comunista da República da Moldávia e da União das Juventudes Comunistas. Registaram-se casos em que indivíduos ligados às forças políticas comunistas foram obrigados a apresentar-se nas esquadras policiais e identificarem-se. Houve até um jovem comunista que ficou isolado pela polícia e permaneceu incontactável durante doze horas.
A perseguição de activistas políticos, «características de um estado policial», não é criticada pela União Europeia e instituições "democráticas" afins, porque a coligação das direitas liberais na Moldávia está a utilizar o modus operandi dos países prestes a vender a sua classe trabalhadora por tuta e meia à burguesia internacional, o anti-comunismo.
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