segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

As trompetas de guerra do Império: um concerto mundial


A notícia de que as embaixadas dos EUA, Alemanha, Espanha França e do Reino Unido foram fechadas no Iémen devido à ameaça de um iminente ataque terrorista surge nos media como a confirmação deste país como um novo "foco de terrorismo" e a atitude ocidental cumpriu o papel de empolar uma situação já de si dúbia.

No entanto, longe das teias da Al-Qaeda, o ataque perpetrado pelo governo iémenita à povoação de Al Maadja veio a atingir partidários do «Movimento ao Sul», que apoiam o regresso da antiga República Popular Democrática do Iémen, socialista e laica, desaparecida em 1990 com a reunificação com a República Árabe do Iémen.

Esta antiga pátria socialista no Médio Oriente era conhecida como Iémen do Sul, foi fundada em 1967 como República Popular do Iémen do Sul e depois em 1969 acabou por ganhar a denominação de RDP do Iémen, após a implementação de um Estado proletário e iniciação da construção do socialismo pelo Partido Comunista, que veio a construir boa relações com o Iémen do Norte, a União Soviética, Cuba e China.

A unificação sempre foi um desejo dos dois Iémen, mas o governo central de Sana, parece não aceitar que a memória do socialismo iemenita faça a classe trabalhadora deste país desejar uma ruptura com o actual estado do país, que é o mais pobre do Médio Oriente, apesar de ser um importante local de desembarque e partida do petróleo desta região para o resto do mundo.

Retomando, o ataque a Al Maadja causou a morte a 23 crianças, 17 mulheres e 27 homens civis, correspondendo deste modo ao desejo de sangue da burguesia estado-unidense e iemenita, esmagando todo o tipo de resistência ao capitalismo.

A "ameaça terrorista" também se expande pelos países da África Ocidental. Diz a imprensa burguesa que o Mali, Níger e Chad, países «semi-falidos e paupérrimos, cujos governos não controlam parte dos seus imensos territórios», se estão a tornar em novos epicentros do "fundamentalismo islâmico". Os relatos de raptos e pedidos de resgate vindos desta região fundamentam esta perspectiva e quase se poderá questionar até quando é que os EUA se vão refriar de dar fundos aos governos destes países para combater o seu próprio povo.

Mas não é só o Médio Oriente a única região sob o olhar agressivo do Império. Nas Filipinas, foi reportada a intimidação de povoações na ilha de Mindanau, nas províncias Davan, Valencia e Malaybalay por efectivos do exército estado-unidense para combater a guerrilha comunista, Novo Exército Popular, que já guerreou ao lado das forças armadas do governo marioneta na comarca de Bukidnon.

1 comentário:

filipe disse...

Muito oportuno este esclarecimento, para uma justa compreensão da situação no Iémene, e das razões de mais uma chacina perpetrada a mando do imperialismo, antecipando a anunciada agressão em larga escala.
Abraqço!