quinta-feira, 24 de junho de 2010

Estratégia

«Estratégia

Um dia, mais tarde ou mais cedo, vai saber-se que a crise actual foi decidida num dos muitos centros de poder oculto espalhados pelo mundo.

Um dia, alguém tem acesso a documentos de uma reunião de um clube privado tipo Bilderberg, a uma inconfidência por parte de uma fonte género Trilateral, a uma acta redigida e assinada por mãos invisíveis, e lá virá a lume a criação e implantação de uma estratégia da crise para acabar de vez com os direitos conquistados pelos assalariados desde a revolução industrial, para exterminar os direitos humanos de cariz social.

Porque quanto a esta crise as informações mais recentes revelam que a par da extinção de milhões de empregos e postos de trabalho, do aumento brutal do desemprego e da precariedade, do congelamento ou mesmo da redução de salários e pensões, do extermínio de subsídios sociais, do empobrecimento geral das classes média e média baixa, a par de toda esta desolação que se abateu sobre o mundo, "o que os mercados e a economia destruíram em 2008 foi reconstruído em 2009". E assim, nos termos do relatório mundial de riqueza, elaborado pelo Merrill Lynch e pela Capgemini, não só passou a haver mais ricos no mundo, como as fortunas dos mais ricos dispararam em plena crise. E desse modo, o número de particulares com grandes fortunas aumentou 17,1%, para dez milhões de pessoas, em 2009 face ao ano anterior. E a riqueza das dez milhões de pessoas com mais de um milhão de dólares para investir subiu 18,9% para os 39 biliões de dólares em 2009.

Um dia, mais cedo ou mais tarde, alguém vai desvendar o mistério. Resta saber se a descoberta ainda virá a tempo da época da liberdade de expressão e de imprensa, ou se esse tipo de direitos também já terá sido arrastado na enxurrada da "mudança dos tempos".»

- por João Paulo Guerra, in Diário Económico.

domingo, 20 de junho de 2010

Comunismo (3)


No dia 5 de Junho, seis dias depois do ataque israelita à "flotilha da liberdade" (31 de Maio), realizou-se uma manifestação em Tel Aviv com a participação de 15 mil pessoas.

15 mil judeus e árabes de Israel marcharam pela paz, contra o bloqueio de Gaza e protestanto o ataque ilegal e assassino a uma embarcação que trazia ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

Convocada e liderada pelo Partido Comunista de Israel, as juventudes comunistas (Banki-Shabiba) e a Frente Hadash, o assassínio de 19 activistas por Palestina levaram organizações de cariz progressista a juntar-se à marcha como o partido Meretz e os movimentos Paz Agora (Shalom Ajshav), Gush Shalom, Iesh Gvul, Médicos pelos Direitos Humanos, Combatentes pela Paz e outros.

As palavras de ordem da manifestação pediam «Dois Estados para Dois Povos», «Sanções contra Israel», apelavam aos povos palestiniano e israelita que «Devemos apressar-nos para a Paz» e denunciavam que «O Governo está-nos a afundar a Todos».

Num país agressor e ocupante de um território que pertence a um povo martirizado, onde as franjas ultra-ortodoxas radicalizam ainda mais a barbárie sionista de sucessivos governos que a "comunidade internacional" teima em deixar impune; a acção dos comunistas israelitas, juntando esforços com os progressistas e congregando judeus e árabes é mais uma prova da legitimidade das forças políticas comunistas em todo o mundo para atingir a Paz, pôr fim aos racismos declarados e encapotados e restaurar a dignidade dos povos e dos trabalhadores com o único projecto viável e alternativo ao Capitalismo, o Socialismo.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Que «resiste» e «diz não»!

A Comissão Europeia aprovou hoje a retirada da soberania económica aos seus países membros. Já a partir da próxima primavera, todos os orçamentos nacionais têm de ser avaliados por Bruxelas antes de serem aprovados nos parlamentos de cada país.

Este é um passo marcante na «governação económica» da Europa e Sócrates considera a medida «óbvia e natural». Ora, é «óbvio» e «natural» que ao mesmo tempo que se retiram os direitos sociais se "suspenda" a democracia naquilo que é importante.

Enquanto as elites afiam as "baínhas das suas espingardas", os povos não se podem demitir de "organizar as suas barricadas" e hoje, o PCP organizou uma manifestação em Lisboa que contou com 5000 pessoas.
O PCP é um partido que não cavalga na apatia nem na distracção barata com que o Capital pretende adormecer os trabalhadores e o povo e finca o pé contra as propostas do retrocesso social e mostra que existe alternativa para além da demagogia liberal e pró-capitalista.
Amanhã em Évora e sábado no Porto, o Partido Comunista Português continua o ciclo de manifestações.
A luta continua de todas as formas e em todos os lugares, que «aqui ninguém se entrega»!

A "nossa" selecção

Há algo de farsa na nossa selecção. Já tinha suspeitado no Mundial da Alemanha de 2006, reparado no Euro 2008 e agora sinto-o com toda a certeza no torneio da África do Sul.

Recordo-me do primeiro torneio internacional em que Portugal participou, o Euro 1996 em Inglaterra, da qualificação falhada para o Mundial de França de 1998 e o Euro 2000 e podia dizer que me identificava com aquelas selecções. Entrávamos nos jogos como uma selecção que, acima de tudo, queria honrar a camisola e dignificar o país no âmbito desportivo.

Apesar de na altura termos jogadores em grandes clubes como o Figo no Barcelona, o Rui Costa na Fiorentina, Dimas na Juventus e Paulo Sousa no Dortmund, estes nunca tiveram comportamento de "prima-donna". Eram elementos importantes, mas nenhum deles a "salvação" da equipa. Simplesmente bons jogadores com talento.

Hoje, mais do que nunca, a selecção não passa de um conjunto de egos supermediatizados, têm jeito para a bola mas para o futebol há que ter sentido de colectivo. A própria selecção é mais da Sonae, da Worten e da Nike do que "nossa".

Todo o marketing que abarca os jogadores até à própria selecção como entidade colectiva tem vindo a torná-la um produto comercial e não na representação desportiva do país em jogos internacionais.
Também não noto um mínimo de sentido pátrio na grande parte dos jogadores, que encaram o Mundial como uma catapulta para a glória pessoal ou uma transferência milionária e a oportunidade de representar o país como um modo de incensar as suas próprias vaidades.

A comercialização do futebol, impulsionada pela FIFA de Blatter, mais não fez que tornar o desporto-rei num circo mediatizado de milionários promovidos a "estrelas". O jogo em si tornou-se no pretexto para uma rede de negócios fraudulentos e altamente prejudiciais para os Estados e demais entidades públicas encarregues dos torneios.

Por entre a palhaçada mediática, os jogadores sobrevalorizados e um patriotismo bacoco lá hei-de apreciar o futebol por aquilo que é, um desporto bonito onde se procede a tentativa de encontrar a harmonia colectiva num contexto de circunstâncias que mudam a todo o instante.

E já agora, aproveito para declarar a minha simpatia pela equipa da Coreia do Norte.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

De volta

Após um grande 9º Congresso da Juventude Comunista Portuguesa, um histórico 29 de Maio, a representar a organização regional de Leiria da JCP na final nacional do Torneio AGIT, a pintura de um mural e um concerto no Bar Alpargatas (CT do Partido na Marinha Grande) no âmbito da acção nacional de luta da JCP contra o PEC, uma sardinhada da CDU na Nazaré e distribuições de panfletos da festa do Avante e contra os exames nacionais por uma avaliação contínua e justa. Estou de volta.