terça-feira, 31 de agosto de 2010

A caminhar a largos passos



O aviso do camarada do PCV, Carolus Wimmer, sobre um golpe de estado oculto na administração estado-unidense mostra-nos que esta superpotência poderá estar a seguir o mesmo caminho dos regimes mais tenebrosos que se estabeleceram na História.

Quem estudar a implantação do nazismo na Alemanha, o fascismo na Itália ou no Japão irá reparar que os ingredientes para a formação destas ditaduras foram uma forte promiscuidade entre o aparelho militar, o complexo industrial e o Estado, mesclados num nacionalismo acérrimo acicatado por uma crise económico-financeira que espalhava a miséria pelo povo e fez tremer os interesses da Burguesia.

Ainda é cedo para saber para onde se dirige a América, mas o seu acentuado declínio como Império e o surgimento do movimento de extrema-direita Tea Party não augura nada de positivo, num país, que como vemos no vídeo, vemos o desemprego e as más condições de vida espalharem-se como um vírus necrosante.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Cuba alfabetiza 19 200 argentinos

O programa de alfabetização, "Yo, sí puedo" lançado por Cuba na Argentina conseguiu ensinar 19 200 pessoas a ler e escrever.

Reconhecendo a importância da inclusão social num país desfigurado por uma ditadura militar em que o Mercado Livre massacrou o povo durante 17 anos (1966-1983), o programa cubano implentou-se em 10 províncias e 28 municípios, matriculando cerca de 800 mil pessoas.

Claudia Camba, a presidenta da Fundação Un Mundo Mejor es Posible, afirma que nos primeiros tempos do programa, em 2003, eram os cubanos que tinham de ir bater à porta das autoridades municipais e que agora acontece o contrário.

Apesar da boa vontade a falta de atenção dada pelo governo argentino não possibilitou a concretização de melhores resultados.

Cuba vem deste modo provar, mais uma vez, que uma pátria socialista é património e conquista de toda a Humanidade.

domingo, 29 de agosto de 2010

Declaração de Francisco Lopes na apresentação da candidatura à Presidência da República



«Com a decisão hoje assumida e tornada pública sobre a candidatura do PCP às eleições presidenciais, damos expressão a uma intervenção política indispensável à afirmação de um projecto essencial para o presente e para o futuro de Portugal.

Sobre o nosso País pesam a influência negativa decorrente da natureza do capitalismo, dos objectivos e rumo da União Europeia após quase 25 anos de integração e de 34 anos de política de direita e abdicação nacional realizada por sucessivos governos, em desrespeito da Constituição da República Portuguesa, com o apoio ou cumplicidade da Presidência da República.

As consequências estão à vista. Portugal é hoje um país mais injusto, mais desigual e mais dependente. O desemprego, a precariedade, a exploração, a pobreza e as dificuldades de muitos milhões de portugueses contrastam com a corrupção, a acumulação de riqueza e a opulência de alguns. É um país marcado por um processo de declínio nacional, de descaracterização do regime democrático e de amputação da soberania e independência nacionais.

Não aceitamos esse rumo. Recusamos o desaproveitamento das potencialidades existentes, não aceitamos o comprometimento do futuro do País. Portugal não é um país pobre. Portugal pode ser melhor, mais desenvolvido e mais justo. Para isso exige-se a ruptura com a política de direita e a opção de um novo rumo para o País.

Um novo rumo, assente numa política patriótica e de esquerda, vinculada aos valores de Abril, capaz de realizar os direitos e as aspirações dos trabalhadores e do povo, de assegurar o desenvolvimento económico e o progresso social e afirmar a identidade cultural, a soberania e independência nacionais.

Um rumo de reforço do aparelho produtivo e da produção nacional, de criação de emprego com direitos, de aumento dos salários e das pensões, de defesa dos direitos sociais, de garantia de um sector público forte e determinante, de apoio às PME, ao mundo rural e às pequenas e médias explorações agrícolas de defesa dos serviços públicos, das funções sociais do Estado, na saúde, na educação, na segurança social, na defesa do meio ambiente e de promoção e valorização da cultura.

Um rumo em que o Estado esteja ao serviço do desenvolvimento, com uma Administração Pública eficiente, uma segurança interna para garantir a tranquilidade e os direitos das populações, uma justiça célere e eficaz, uma defesa nacional e relações externas assentes nos princípios da soberania nacional, da cooperação e da paz.

Um rumo que promova a ruptura com a natureza do processo de integração europeia, com a postura de submissão ao imperialismo e à NATO e contribua para um mundo mais justo, onde sejam afirmados os direitos dos trabalhadores e dos povos.

Este caminho é possível e está nas mãos do povo português, com a sua opinião, a sua participação, a sua luta e o seu voto.

A candidatura que hoje assumimos, é parte integrante da construção desse percurso colectivo que há-de inscrever no futuro um horizonte de esperança e concretização de uma vida melhor.

Quando se perfilam novos ataques às liberdades, aos direitos e interesses dos trabalhadores e do povo português e à Constituição, que conduziriam à acentuação da exploração, das injustiças sociais e do risco de desastre nacional, o Presidente da República no quadro dos seus poderes pode e deve intervir de forma inequívoca na concretização do compromisso que assume de cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa.

As eleições presidenciais pelo seu processo, a sua dinâmica e a decisão sobre as orientações e opções do órgão de soberania Presidência da República exercerão uma importante influência para abrir caminho a uma nova fase da vida nacional.

As candidaturas até hoje anunciadas não respondem a esse objectivo.

A candidatura do PCP, distanciando-se e distinguindo-se de posicionamentos ambíguos, opõe-se ao prosseguimento do actual rumo ao serviço dos interesses dos grupos económicos e financeiros, sejam quais forem os protagonistas que a realizem. A candidatura que assumo emerge e afirma-se como uma necessidade incontornável, com um compromisso claro sobre a situação e o futuro de Portugal.

Assumimos o compromisso de apresentar e protagonizar uma alternativa para o exercício das funções do Presidente da República, marcada pela determinação e a confiança na força dos trabalhadores e do povo e na projecção dos valores de Abril, num Portugal com futuro.

Assumimos o compromisso de desenvolver o esclarecimento sobre a prática negativa seguida pelo actual Presidente da República, Cavaco Silva, sobre as suas reais responsabilidades na situação que o País vive, quer pelos dez anos em que foi primeiro-ministro, quer pelo seu mandato como Presidente da República e de contribuir para derrotar a sua candidatura cujo eventual sucesso configuraria a persistência dos problemas nacionais e um salto qualitativo no seu agravamento.

Assumimos o compromisso de intervir na defesa e afirmação do regime democrático, promovendo o respeito, cumprimento e efectivação da Constituição da República e dando combate às práticas que a desrespeitam e aos projectos que visam a sua subversão.

Assumimos o compromisso de afirmar a necessidade de uma profunda mudança na vida nacional, de promover o debate, a afirmação e a mobilização em torno de um grande projecto político, patriótico e de esquerda, capaz de enfrentar a gravidade da situação a que o País chegou e de lançar Portugal no caminho do desenvolvimento, da justiça e do progresso social.

Esta candidatura, que protagoniza um projecto próprio e inconfundível, suscita no seu desenvolvimento, uma dinâmica de participação e empenhamento populares e assume plenamente o exercício dos seus direitos, desde a apresentação até ao voto, bem como as responsabilidades decorrentes da opção do povo português.

Esta é uma candidatura vinculada aos valores de Abril, a um projecto de democracia política, económica, social e cultural, a um Portugal soberano e independente. Uma candidatura patriótica e de esquerda, coerente e determinada, portadora de um projecto de ruptura e mudança. Uma candidatura aberta à participação de todos aqueles que, inquietos e atingidos pela grave situação do País, aspiram a uma profunda mudança na vida nacional. Uma candidatura dirigida aos trabalhadores e à afirmação dos seus direitos, às aspirações dos jovens, empenhada com a luta pela igualdade no trabalho e na vida das mulheres, solidária com os direitos das pessoas com deficiência, presente na luta pela dignificação e valorização da vida dos mais idosos. Uma candidatura dirigida a todos os democratas e patriotas.

Iniciamos hoje aqui um percurso, que nos levará a todo o País, que se cruzará todos os dias com os interesses e direitos dos trabalhadores, das jovens gerações, do povo, com os seus problemas aspirações e lutas, o percurso de uma candidatura que age para abrir uma fase nova na vida do nosso País.

No início da segunda década do século XXI, aqui estamos, com a convicção de sempre, com a determinação correspondente às exigências actuais e com uma inabalável confiança no futuro.»

sábado, 28 de agosto de 2010

Comunismo e as minorias étnicas

«A nostalgia do comunismo é quase geral entre os "roms" (ciganos). Esta população, pouco educada, pouco politizada, constata após a queda dos regimes comunistas um empobrecimento generalizado. Os roms são os mais pobres entre os "novos pobres" que surgiram depois do triunfo do "capitalismo selvagem". Com o novo individualismo reapareceram os ultra-nacionalismos, uma crispação identitária muito forte que se focaliza numa romofobia quase oficial.»

- Jean Marc Turine em Le crime d'être Roms.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Francisco Lopes: uma candidatura fiel aos interesses dos trabalhadores e do povo Português


O deputado e dirigente comunista Francisco Lopes foi anunciado como candidato à Presidência da República numa conferência de imprensa do Partido Comunista Português após uma reunião do Comité Central.

Francisco Lopes, electricista de profissão, resistente antifascista e militante comunista desde 1974, viveu o suficiente como activista pelos valores de Abril para conhecer as feridas abertas que as políticas de direita têm deixado em Portugal durante os último 34 anos.

Mantendo uma firmeza de ideais notável, o Camarada Francisco Lopes é, nas palavras de Brecht, um dos «imprescindíveis», por toda uma vida de luta pela soberania da classe trabalhadora e pela edificação do Socialismo em Portugal.

Conhecendo esta faceta de Francisco Lopes, a "esquerda" e a direita logo se apressou a rotulá-lo de «ortodoxo» e tenta menorizá-lo por vir da classe trabalhadora e não dos círculos restritos e elitistas em que o Capital gosta de fazer a gestação dos seus futuros comissários políticos.

A fulanização do discurso político, uma das mais utilizadas armas do Capital para desvirtuar a democracia, é uma prática descartada pelos comunistas que se apresentam neste acto eleitoral com a única candidatura disposta a apresentar ideias, debatê-las e afirmá-las junto do povo e dos trabalhadores.

Francisco Lopes, mais do que ser uma personalidade, é um representante dos ideais que defendem os interesses dos trabalhadores e do povo português, que traz medidas políticas bem fundamentadas e argumentos com substância.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A têmpera de um jornal burguês

O Público lançou nas últimas três semanas uma série de 20 reportagens sobre o Iraque, passado 20 anos da guerra do Kuweit, lembrando obviamente pela actual guerra deixou no país.

Li todas as peças jornalísticas. Pensei que seria uma boa oportunidade de ver num jornal com maior visibilidade, descritos de forma detalhada os abusos das forças ocupantes, a relação parasitária do aparato empresarial e a classe política corrupta, marioneta dos interesses económicos e imperiais, a vivência árdua dos trabalhadores e desempregados, dos perseguidos politicamente pelas tropas americanas e as autoridades iraquianas, a razão porque a Al-Qaeda espalhou-se pelo país só após a invasão e os terrores quotidianos de Fallujah.

O silêncio sobre as verdadeiras questões que assolam o povo iraquiano para dar espaço aos tópicos do costume, divisão étnica à boa moda dos "states" e o embate entre os vários fanatismos clericais, a ideia de que a guerra actual foi má, mas necessária e que a população iraquiana está grata aos americanos é a prova de que da Comunicação Social do costume sairá sempre a informação do costume.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

E o óbvio...


...acontece. A Grécia afunda-se com as medidas de austeridade impostas pela UE e pelo FMI. Empresas fecham, receitas de impostos estão a cair, em alguns locais o desemprego é de 70%, trabalhadores frustrados ameaçam voltar à greve, os gregos estão a perder poder de compra (que está ao mesmo nível de 1984) e consequentemente o consumo está a cair a pique, o número de bancarrotas sobe, tal como o desemprego, cujos números oficiais apontam para 14,3% em 2011, embora 20% seja um número mais realista, o PIB do país reduziu-se em 1,5%.

Não fossem os media e os círculos académicos estarem infectados pela mitologia liberal ou o simples enviesamento ideológico e todos saberiam que as "purgas" económicas só dão em pobreza crescente.

sábado, 7 de agosto de 2010

Em "voo automático"



A trabalhar às tardes e noites e aproveitando as manhãs para dormir, a minha vida (na qual se inclui o blogue) terá de ficar suspensa até começar Setembro.

Inté!