quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O capitalismo como o conhecemos até hoje na sua vertente neoliberal acabou. Esta é a máxima mediática a que os governos, empresários e economistas chegaram e que os media propalam como o mais recente momento definitivo da História.
Deste aparente colapso do capitalismo financeiro ressurgirá um capitalismo «regulado e regulamentado», nas palavras de Sarkozy, a miragem do capitalismo de rosto humano ressurge, com a construção de riqueza sediada na economia real e nas pessoas, um sistema onde a dívida dos particular, PME's e Estados ao sistema bancário é amortizada. Uma viragem à esquerda no sistema económico.
Mas isso não é nem de perto, nem de longe o que realmente se está a passar nas engrenagens do capitalismo actual. As benesses que os Estados providenciam à Banca vêm dos impostos colectados aos contribuintes, benesses que mais tarde se irão transformarm deficits estatais demasiado grandes para serem comportados sem mudanças radicais nos gastos do Estado e isso significará que serviços públicos terão de ser cortados a eito. Isso é bom? não, porque continuarão a existir impostos mas desta vez sem que se beneficie o cidadão que terá de desembolsar mais dinheiro para adquirir seguros de saúde e serviços de ensino privados, se o tiver.
Para juntar ao baile há que tomar em consideração o facto de que este dinheiro é dado à banca sem pré-condições a adoptar pelos bancos como juros mais baixos que facilitem a vida aos que têm créditos por pagar. E os bancos também parecem ter adoptado o novo pensamento de que crédito fácil «Nunca Mais!», limitando o acesso ao crédito das gentes mais pobres. Ou seja, aquilo que parecia a morte do capitalismo acaba por ser mais uma vitória desse mesmo sistema na sua versão neoliberal e um passo em frente ao fim dos gastos públicos nos serviços essenciais.
Estamos perante uma «transição de pesadelo», o novo mundo que nos espera depois desta crise não é de todo melhor quanto mais de «rosto humano» é a vitória retumbante dos interesses privados sobre o dos povos e uma jogada adiante à cada vez maior concentração de riqueza numa oligarquia financeira e governativa.

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