sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Um acto coerente


A 9 de Outubro ficou-se a conhecer a nomeação de Barack Obama como vencedor do Prémio Nobel da Paz, não passando nove meses desde o começo do seu mandato presidencial.

Os «extraordinários esforços para reforçar a diplomacia internacional e a cooperação entre povos» foi o motivo dado pela academia sueca para a atribuição do prémio ao presidente americano. Os peritos desvelam-se em supresas perante o acontecimento, dando um simbolismo e significado especial ao prémio, uma «chamada à acção», a união das várias etnias americanas,a "esperança" que trouxe, a "luta" (?) por um mundo sem armas nucleares e outras razões que tais. Contudo, até mesmo ao mais fanático apoiante de Obama custa encontrar razões para esta atribuição do Nobel dado o pouco trabalho feito.

Porém, se tivermos em conta que estamos a falar da mesma academia que premiou Kissinger e Gorbatchov com o Nobel da Paz em 1973 e 1990, respectivamente, e o Nobel da Economia a Milton Friedman em 1976, apercebemo-nos de que existe uma coerência e uma lógica por detrás destas consagrações.

Uma lógica ideológica, pois foi Obama que disse logo no início do mandato que a Colômbia era um exemplo de democracia, mandou instalar sete bases nesse mesmo país, com provas de ter havido compra de deputados colombianos, assistiu-se já ao golpe de estado nas Honduras que pela mão de Zelaya estava a atingir conquistas importantes para o povo, a garantia de que o Irão continua sob mira, a agressão encapotada ao Paquistão, o aumento do orçamento militar, além do pântano financeiro e sangrento em que o Afeganistão se vem tornando desde a estratégia desta espécie de "Messias".

Obama recebeu o prémio Nobel da Paz não por ter trazido algo de novo ao mundo e à política, mas por ter dado a ilusão disso enquanto manteve e aprofundou as mesmas políticas imperialistas que têm assolado a Humanidade e a classe trabalhadora em todos os cantos do mundo.

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