«Caminhei para lá do rio até ao Cirque Moderne, para uma das grandes reuniões populares que ocorriam por toda a cidade, cada vez mais numerosas, noite após noite. O pobremente mobilado e obscurecido anfiteatro, iluminado por cinco pequenas luzes presas por um frágil cabo, estava lotado desde as bancadas inclinadas da plateia até ao tecto - soldados, marinheiros, trabalhadores, mulheres, todos a escutar como se as suas vidas dependessem disso. Um soldado falava - da 548ª Divisão, onde e o que quer que isso fosse:
"Camaradas", proclamou, e havia real angústia nos contornos do seu rosto e dos seus gestos desesperados. "Os que estão no topo está sempre a pedir-nos que façamos mais sacríficios, mais sacríficios, enquanto aqueles que tudo têm são deixados em tranquilidade."».
- Dez dias que mudaram o mundo, por John Reed.
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