Como qualquer boa democracia burguesa, plena de show-off nos actos eleitorais e pouca participação consequente, os EUA estão a viver algo parecido com um mini-momento de suspense à conta de uma sufrágio num «obscuro» e «remoto distrito congressional» do estado nova-iorquino, dado os "peritos" acreditarem serem um período de decisão para a maior força de direita estado-unidense, o Partido Republicano, e a linha ideológica que pretende seguir.
A divisão é tão grande que as forças do nacionalismo mais reaccionário do Partido Republicano estão prontas a apoiar o candidato do Partido Conservador, com representação quase inexistente no panorama político americano, Doug Hoffman em vez da sua própria cabeça de lista, Dede Scovafazza.
Razão? Aparentemente, Scovafazza é a favor do casamento gay, assunto quente em país pseudo-democrático, e apoia os sindicatos.
Quanto a Hoffman, apesar de desconhecer a realidade do distrito a que se candidata, apelidando as preocupações locais da comunidade de «assuntos paroquiais», é a favor da «redução do défice», opõe-se ao «aborto, casamento gay e aos planos de estímulo económico» além de prometer «combate às organizações de esquerda». Tamanha demonstração de apego ao "patriotismo" professado pelas áreas mais abjectas da política estado-unidense valeu-lhe o apoio de figuras como Sarah Palin e o fascista Glen Becker da execrável Fox News.
Sem querer santificar o Partido Democrata nem Scovafazza, que já libertou os eleitores para «transferir o seu voto para o candidato que considerarem mais adequado», é incrível como a «pátria-mãe» da democracia, a defensora-mor da "liberdade" individual, pode assistir a que um candidato que até é capaz de ganhar prometa, qual McCarthy, combater «as organizações de esquerda».
Curiosamente, os generais que levaram a cabo a deposição do presidente Zelaya das Honduras afirmaram fazê-lo com receio do «esquerdismo» expansionista de Chavez.
Ao Partido Republicano, que já foi a força política que elegeu Abraham Lincoln, presidente estado-unidense que não teve medo de enfrentar os poderes esclavagistas e libertar os trabalhadores afro-americanos da escravidão, só lhe desejo, que se não consegue ser um digno representante do povo daquele desgraçado país, que ao menos tenha na sua direcção gente que não disponha da vida dos seus concidadãos para as atirar no campo de batalha e na guerra sangrenta.
-fonte, Público do dia 2 de Novembro.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário